Um homem que foi mordido por um gato de rua contraiu uma infecção provocada por uma bactéria até então desconhecida pela comunidade científica. Ele manifestou uma reação imunológica intensa, semelhante a uma alergia, que resultou em inchaço nos braços, mãos e dedos. O caso foi registrado no Reino Unido.
O homem, com 48 anos de idade, procurou atendimento hospitalar cerca de oito horas após o incidente com o gato de rua. Embora ele não tenha relatado os detalhes do ataque, apresentava múltiplas mordidas nos dedos das duas mãos, no antebraço direito e nas costas da mão esquerda.
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo WhatsApp
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo Telegram
Após a higienização dos ferimentos do paciente, os médicos notaram que a reação alérgica persistiu nas horas subsequentes, o que despertou a atenção da equipe médica. Como parte do tratamento, o paciente precisou ingerir uma combinação de três antibióticos por via oral, a fim de combater a bactéria. Além disso, os médicos realizaram a coleta de amostras de sangue e tecido para compreender a razão por trás da resposta exacerbada do organismo.
Os profissionais de saúde identificaram que o paciente havia contraído uma bactéria previamente desconhecida. Essa bactéria pertence ao gênero Globicatella, o qual também está associado a formas raras de doenças como a meningite, pielonefrite (inflamação nos rins) e infecções urinárias.
“As bactérias do gênero Globicatella são um grupo pequeno. A Globicatella sanguinis era a única espécie conhecida capaz de provocar infecção humana. A G. sulfidifaciens era a única outra espécie conhecida do gênero, mas ela não causa infecção em humanos. A nova espécie de Globicatella provoca extensa infecção de tecidos e compromete a imunidade”, diz o artigo publicado na revista Emerging Infectious Diseases, em 20 de julho.
A nova bactéria é da família da G. sulfidifaciens, embora apresente um DNA cerca de 20% distinto. Essa diferença é considerável, já que as discrepâncias genéticas entre um ser humano e um chimpanzé, por exemplo, giram em torno de pouco mais de 1%.