A vacinação contra a dengue começou no Brasil. O Ministério da Saúde selecionou dez estados para dar início à imunização de crianças de 10 a 11 anos. O primeiro lote de vacina contra a dengue abrange 315 municípios que atendem aos critérios definidos pelo Ministério da Saúde em conjunto com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Mas, será que a nova “picadinha” é a salvação na luta contra a doença?
O médico e professor Edimilson Migowski, em entrevista ao Canal Fernando Beteti, destaca que a dengue não é apenas um problema de saúde. Mas também passa por questões econômicas, sociais e ambientais.
“Por exemplo, no sul dos Estados Unidos, você tem um clima favorável para o mosquito. Você tem um mosquito Aedes lá, mas você não tem a dengue como você tem aqui. Qual é a diferença do sul dos Estados Unidos para o Brasil? É justamente o fornecimento de água regular que existe lá e não aqui, onde você tem que acumular água. Além disso, no Brasil, há crescimento urbano desordenado, coleta de lixo totalmente precária e irregular, o acesso difícil aos locais onde tem o criador e uma população sem a orientação devida”, disse.
Para Migowski, o problema da dengue deveria ser combatido de forma conjunta, envolvendo setores da saúde, educação, obras e economia, entre outros. “Quando todos esses pontos falham, a consequência é a dengue. Então a dengue é a consequência, não é a causa”.
No entanto, e a vacina contra a dengue? É a solução definitiva? O médico e professor acredita que não. “A vacina não vai
erradicar a dengue. É uma vacina que tem 80% de eficácia. Nesse momento ela não pode ser aplicada em crianças abaixo de 4 anos de idade ou adultos acima de 60, porque nesse grupo, fora dessa faixa etária, não há estudo clínico que fundamente que a vacina é segura e eficaz, pelo menos por enquanto. Então, a dengue é a doença do descaso, da ignorância e da falta de
vontade”, completa.
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Os sintomas da dengue são os seguintes:
• Febre alta;
• Dor atrás dos olhos;
• Dor no corpo;
• Manchas avermelhadas na pele;
• Coceira;
• Náuseas;
• Dores musculares e articulares.
As principais recomendações para eliminação de criadouros do Aedes aegypti são:
• Eliminar pratos de plantas ou usar um prato justo ao vaso, que não permita acúmulo de água;
• Descartar pneus usados em postos de coleta da prefeitura;
• Retirar objetos que acumulem água nos quintais, como potes e garrafas;
• Verificar possíveis vazamentos em qualquer fonte de água;
• Tampar ralos;
• Manter o vaso sanitário sempre fechado;
• Identificar sinais de umidade em calhas e lajes;
• Verificar a presença de organismos vivos em águas de piscinas ou fontes ornamentais.
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil