Embora a dengue seja amplamente reconhecida e considerada endêmica em certos países, incluindo o Brasil, novas ramificações da infecção estão sendo descobertas continuamente.
Um exemplo inédito da doença foi observado em um estudo de caso recentemente publicado na revista científica Urology Reports, no último dia 18. Um adolescente de 17 anos, natural de Burkina Faso, um país africano próximo à Nigéria, desenvolveu um caso de priapismo arterial devido à dengue. Os médicos descreveram o sintoma como uma “ereção vigorosa”.
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“Não há registros semelhantes na literatura médica até então”, afirmaram os autores do estudo de caso.
O priapismo arterial geralmente é causado por lesões, como as decorrentes de acidentes, que resultam na ruptura de pequenos vasos sanguíneos e em um aumento excessivo do fluxo sanguíneo para o pênis.
Os médicos relataram que o adolescente, identificado apenas como A. S., estava sofrendo de dengue grave e já estava hospitalizado há cinco dias quando desenvolveu uma ereção que durou 18 horas consecutivas, sem qualquer estímulo sexual. Ele foi tratado com bolsas de gelo aplicadas no pênis para reduzir o fluxo sanguíneo, e sua ereção só diminuiu completamente dois dias depois. Não foram identificadas sequelas para a saúde do órgão.
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“A dengue é uma infecção que, em sua forma grave, afeta as plaquetas, resultando em uma diminuição da viscosidade do sangue”, explicaram os médicos. Eles sugerem que o sangue mais fluido do adolescente facilitou o aumento do fluxo sanguíneo, resultando na ereção persistente.
Os profissionais envolvidos no caso acreditam que essa situação oferece insights sobre a manifestação e as consequências da dengue. O priapismo causado pela doença pode ser tratado com técnicas já conhecidas, como a aplicação de gelo.
Foto: Sesa/PR