O Paracetamol, amplamente utilizado para aliviar dores e reduzir febres, é a principal causa de falência hepática nos Estados Unidos e Reino Unido. Estudos recentes revelam que esse medicamento é responsável por 45% dos casos de falência do fígado nos EUA. No Reino Unido, o cenário é ainda mais alarmante, com o número chegando a 60%. Esses dados preocupantes acendem um alerta nas autoridades de saúde sobre o uso indiscriminado do fármaco.
No Brasil, o cenário também exige atenção. Informações do Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp indicam um aumento significativo nas intoxicações relacionadas ao Paracetamol. Entre 2020 e 2021, os casos subiram 44%, evidenciando a necessidade de conscientização sobre os riscos do consumo inadequado.
No entanto, é possível utilizar o Paracetamol de forma segura, sem comprometer a saúde do fígado. Especialistas recomendam: evitar o consumo de álcool junto ao medicamento, limitar a ingestão a no máximo três comprimidos por dia e sempre buscar orientação médica antes de seu uso.
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Conhecido também como acetaminofeno, o Paracetamol foi sintetizado no final do século XIX, com os primeiros estudos conduzidos em 1893 pelo químico alemão Joseph von Mering. Apesar de sua longa história, foi somente na década de 1950 que o medicamento ganhou popularidade nos Estados Unidos e Austrália, comercializado sob a marca Tylenol. No Brasil, o Paracetamol chegou nos anos 1970 e rapidamente se tornou um dos analgésicos mais consumidos.
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Curiosamente, o mecanismo de ação do Paracetamol no organismo humano ainda não é completamente compreendido. A hipótese mais forte é que o medicamento atue nas enzimas conhecidas como ciclo-oxigenase, que estão relacionadas à sensação de dor e ao aumento da temperatura corporal. No entanto, estudos sugerem que o Paracetamol também pode influenciar neurotransmissores e, em certos casos, há suspeitas de que ele exerça apenas um efeito placebo.