O Hospital Municipal de Santa Cruz, no Rio Grande do Norte, se viu obrigado a usar uma embalagem de bolo como máscara de oxigênio improvisada para um bebê de três meses, internado com suspeita de bronquiolite. De acordo com a administração municipal, a unidade de saúde “não é referência em urgência materno-infantil” e, por esse motivo, não dispõe dos equipamentos adequados.
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo WhatsApp
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo Telegram
Em nota, o hospital esclareceu que a criança, de três meses e 20 dias, deu entrada na unidade no sábado, dia 8, com sintomas graves de desconforto respiratório, congestão nasal, febre, rinorreia, vômitos e diarreia. Após a aplicação dos medicamentos, a equipe médica solicitou a transferência urgente do bebê para uma unidade com UTI pediátrica.
Enquanto aguardava a transferência, a equipe médica teve que improvisar uma máscara de oxigênio, pois o quadro clínico da criança era grave, apresentando desconforto respiratório e taquidispneia, caracterizada pela respiração acelerada.
Embalagem de bolo salvou a vida do bebê, diz medica
Na manhã de segunda-feira, dia 10, a médica Ellenn Salviano iniciou seu plantão e rapidamente constatou que o estado da criança era crítico. Em entrevista ao g1, Ellenn relatou que o bebê já apresentava cianose, uma condição que indica má oxigenação do sangue, manifestada por manchas roxas na pele. “Se ele permanecesse assim por mais tempo, corria o risco de sofrer uma parada cardíaca. O próximo passo seria a intubação, o que reduziria drasticamente suas chances de sobrevivência”, explicou.
O bebê foi transferido para o Hospital Varela Santiago, em Natal (RN), na manhã de terça-feira, dia 11, com o apoio de uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).