Uma pesquisa conduzida na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) analisou os fatores que influenciam a mortalidade em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocada pela Covid-19 no Brasil. O estudo (leia aqui) abrangeu o período de 2020 a 2023 e utilizou informações do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema de Vigilância Epidemiológica (SIVEP), examinando 5.157 óbitos entre 15.147 casos notificados.
Com uma abordagem retrospectiva, o estudo focou em mortes por todas as causas, considerando apenas pessoas que sobreviveram por pelo menos três meses após o início dos sintomas de Covid-19. As descobertas trouxeram dados impactantes sobre a eficácia das vacinas no curto e no longo prazo.
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“O efeito protetor da imunização contra a Covid-19 foi observado até um ano após os primeiros sintomas. Após um ano, o efeito foi revertido, mostrando um risco aumentado de morte para os vacinados”, escreveram os cientistas no estudo.
Principais descobertas do estudo
“No período pós-Covid de médio prazo, o risco de óbito foi reduzido em 8% para aqueles que haviam sido vacinados, enquanto no período pós-Covid de longo prazo, o risco de óbito quase dobrou para aqueles que haviam sido vacinados. Enquanto no médio prazo houve redução do risco de mortalidade para aqueles que tomaram duas ou três doses, no longo prazo o risco de óbito foi maior para aqueles que tomaram uma ou duas doses”, explicaram os cientistas no estudo.
Ainda de acordo com a pesquisa, “no período de longo prazo, a análise ajustada mostrou que o risco de morte foi de 69 a 94% maior para aqueles que foram vacinados; e para aqueles que tomaram uma e duas doses da vacina, o risco de morte praticamente dobrou em comparação com aqueles que não foram imunizados”, concluíram os cientistas.
Efeitos a longo prazo
Os pesquisadores também apontaram no estudo possíveis causas para a reversão da eficácia vacinal no longo prazo, resultando em um risco de morte aumentado. Entre elas, destacam-se os efeitos colaterais das vacinas. “Esses efeitos podem ser mais pronunciados em alguns grupos, particularmente em indivíduos mais vulneráveis, o que pode contribuir para um risco aumentado de morte por outras causas ao longo do tempo”, sugerem os autores do estudo.
Com informações do Médicos pela Vida