O desenvolvimento de Alzheimer pode estar relacionado à frutose, um tipo de glicose presente nas frutas. É o que sugere um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition no início de fevereiro. A iniciativa é de pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos. Na publicação, eles explicam que a doença pode ser uma adaptação criada há milhares de anos e que deveria ter desaparecido.
A sugestão dos cientistas é que em algum momento da história, para evitar a fome, os antepassados do ser humano se tornaram nômades, ou seja, saíram em busca comida. No entanto, esse processo de “caça” opera de modo mais eficaz quando o caçador está 100% focado. Sendo assim, para assegurar a atenção completa e reflexos rápidos, o cérebro “desligaria” temporariamente algumas funções. Entre elas, memórias recentes e atenção ao tempo- que são alguns dos principais sintomas do Alzheimer.
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Alzheimer e frutose
De acordo com os pesquisadores, a frutose tem um papel fundamental nessa história. Isso porque ela ajudaria a desativar as áreas do cérebro responsáveis por essas funções, reduzindo o fluxo sanguíneo. Além disso, a frutose seria, ainda, a responsável por desencadear a adaptação evolutiva que permitiu a procura de comida. Ressaltando que a frutose pode ser ingerida, mas também é fabricada pelo organismo humano.
Os cientistas expuseram camundongos à frutose e tiveram conclusões interessantes. Eles notaram a redução na habilidade de navegar um labirinto, assim como inflamação dos neurônios. Um estudo anterior mostrou que, se os animais ficarem muito tempo consumindo a substância, começam a acumular as proteínas tau e beta-amilóide, que são associadas ao Alzheimer.
Por fim, a publicação defende que o hábito de alguns pacientes com Alzheimer de levantar e andar a esmo pode ser um vestígio da resposta ancestral de busca por alimento.