Você já parou para pensar que a solução para o seu problema de saúde pode estar em uma planta, no quintal da sua casa? Daniel Forjaz é biólogo e professor de fitoterapia. Ele explica o poder das plantas medicinais e questiona a verdadeira eficácia dos remédios comprados nas farmácias convencionais, como o Omeprazol e Paracetamol.
O especialista esclarece que o “jeito” de se tomar remédio mudou no mundo a partir da metade do século passado.
“A gente vai perceber que até a década de 1940 e 1950, no mundo inteiro, os médicos iam até sua casa e dentro da maleta deles tinham minerais, plantas e até pedaço de animais. E com isso, eles faziam os medicamentos, ali, na hora, para você. Usavam beladona, plantas, tinturas. (…) Mas depois da Segunda Guerra Mundial vem a indústria farmacêutica e começa a criar moléculas especializadas para tratar problemas específicos”, relatou ele, em entrevista ao canal Fernando Beteti – Repórter Saúde.
Paracetamol para a febre?
No entanto, qual a diferença entre usar um medicamento químico, desses encontrados nas prateleiras das farmácias, e fazer uso de uma planta medicinal? Para responder essa pergunta, Daniel Forjaz dá um exemplo prático.
“Qual a primeira coisa que vem à cabeça de uma pessoa quando ela está com febre? Vou tomar paracetamol, que é Acetaminofeno. Por outro lado, para que serve, por exemplo, o picão preto, que já foi comparado com paracetamol e tem o mesmo resultado clínico no conforto da febre? Eu tenho 50, 100, 150 princípios ativos trabalhando em sinergia.. Então, qual é a diferença? A diferença é que eu, quando estou usando a planta, estou ‘atacando’ o problema de saúde em diversas frentes. Quando eu tenho um comprimido com uma molécula única lá dentro eu tenho todos os efeitos colaterais potencializados. O efeito clínico também é potencializado, mas eu pago um preço muito caro por isso”.
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Protocolos
Forjaz destaca que entre 20% e 30% dos medicamentos que estão nas farmácias são apenas moléculas extraídas de plantas. O restante são moléculas criadas por programas computacionais. “A gente tem hoje uma medicina medicamentosa, baseada em protocolos farmacológicos, onde eu tenho lá que ‘essa essa molécula serve para isso’, e que ‘essa serve para quilo’. Se você for ao médico com dor de garganta, ele já sabe exatamente o que te dar: ‘tome Diclofenaco, tome Amoxicilina e tome Paracetamol’. E a culpa é do médico? Não. É do sistema que é patrocinado pela indústria farmacêutica”, acrescentou.
Ainda conforme o especialista, enquanto a indústria farmacêutica está cada vez mais poderosa, com seu faturamento de centenas de bilhões de dólares em alta, as doenças crônicas como diabetes e hipertensão, assim como o câncer, crescem no mesmo ritmo.
“Então, nesse sentido, se eu tenho cada vez mais medicamentos, cada vez mais especializados, tecnológicos, cada vez mais ‘maravilhosos’ e modernos, por que eu não estou resolvendo os problemas de saúde?”, indaga Forjaz.
Omeprazol resolve ou mantém o problema?
Sendo assim, para esclarecer este questionamento, ele retorna ao exemplo do Omeprazol, citado no início da reportagem. “A pessoa toma por 20 anos Omeprazol e sempre terá gastrite. E naquele dia que faltar Omeprazol ela vai sentir o estômago dela queimar. A grande pergunta é: ‘ele está resolvendo o problema, ou está mantendo ele pelo maior tempo possível para gerar lucro?”, desafia ele.
“Porque quando eu digo para um aluno meu, que ele pode tomar um suco de batata doce com couve e maçã, e em 15 dias resolver a gastrite de 20 anos, a gente está realmente resolvendo um problema de saúde. Ou seja, a gente não está mascarando. Mas sim, a gente não está criando um placebo para as pessoas. E apesar da medicina convencional querer fazer as plantas medicinais parecerem placebos, na verdade a medicação química é um grande placebo”.
Assista abaixo trechos da entrevista realizada no canal Fernando Beteti – Repórter Saúde:
Foto da capa: Freepik