Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Newcastle, na Austrália, revelou que um simples arranhão em uma panela antiaderente pode liberar milhões de microplásticos tóxicos nos alimentos e no ambiente doméstico. Utilizando ondas de luz para analisar partículas microscópicas, os pesquisadores identificaram que esses fragmentos podem representar um risco significativo à saúde.
As substâncias conhecidas como per e polifluoradas (PFAS), apelidadas de “produtos químicos para sempre” devido à sua longa permanência no corpo humano e à incapacidade de se decompor na natureza, são amplamente empregadas na fabricação de utensílios de cozinha nos Estados Unidos. Estudos anteriores já associaram essas partículas à ocorrência de diversos problemas de saúde, como diferentes tipos de câncer, autismo e infertilidade.
Os pesquisadores destacaram que um arranhão de aproximadamente cinco centímetros em uma panela de teflon, causado pelo uso de utensílios como espátulas ou colheres, pode liberar cerca de 2,3 milhões de micropartículas plásticas. Apesar da gravidade dos riscos, não há regulamentações federais nos EUA que estabeleçam um limite para a presença de PFAS na superfície de produtos manufaturados.
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O estudo utilizou tecnologia de análise óptica para rastrear a dispersão e a interação dessas micropartículas no ambiente. Por meio de imagens microscópicas, os cientistas puderam visualizar a liberação massiva desses contaminantes, que acabam sendo incorporados aos alimentos preparados na panela.
Quando ingeridos, os PFAS permanecem no organismo por longos períodos, uma vez que sua eliminação ocorre de maneira muito lenta pela urina.
“Dado o fato de PFAS ser uma grande preocupação, essas micropartículas de Teflon em nossos alimentos podem ser um problema de saúde, então precisa ser investigada porque não sabemos muito sobre esses contaminantes emergentes”, afirmou Cheng Fang, pesquisador da Universidade de Newcastle e um dos responsáveis pelo estudo.
Especialistas alertam que a ampla presença desses compostos em utensílios de cozinha, embalagens alimentícias e outros produtos pode estar expondo a população a riscos desnecessários. Estudos indicam que a exposição a essas substâncias durante a infância pode comprometer o desenvolvimento físico e social, além de afetar o comportamento ao longo da vida.
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Pesquisas realizadas pela Universidade do Texas no ano passado apontaram que a exposição aos PFAS ainda no útero pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de autismo. Além disso, há indícios de que essas substâncias elevam o risco de câncer de rim, testículo, ovário, próstata, tireoide e medula óssea na idade adulta.
A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, ainda não definiu um limite máximo seguro para a ingestão de PFAS através dos alimentos. Diante disso, especialistas recomendam que os consumidores adotem precauções ao escolher seus utensílios de cozinha, evitando o uso de panelas antiaderentes, especialmente as que contêm revestimento de teflon.
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O teflon, amplamente utilizado na fabricação de panelas e outros utensílios antiaderentes, possui um revestimento feito de politetrafluoretileno (PTFE), que pertence à classe dos PFAS. No entanto, ainda não há consenso científico sobre se esse composto específico é mais ou menos nocivo do que outras variações da substância.
Os pesquisadores australianos ressaltam a necessidade de novos estudos para aprofundar a compreensão sobre os impactos dessas micropartículas na saúde humana e no meio ambiente.
Olá! No caso qual o melhor material que afete menos a saúde? Qual panela ideal?!