Em 2023, o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina foi concedido à bioquímica húngara Katalin Karikó e ao médico americano Drew Weissman em reconhecimento às suas pesquisas que desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro e que foram usados na pandemia de Covid-19.
Os laureados receberão, além de uma medalha de ouro de 18 quilates e um diploma, uma quantia de 11 milhões de coroas suecas, equivalente a cerca de R$ 5 milhões, que será dividida entre eles. A cerimônia de premiação prosseguirá nos próximos dias, com o anúncio do vencedor do Prêmio Nobel de Física marcado para terça-feira, 3 de outubro, seguido pelo Prêmio Nobel de Química na quarta-feira, 4 de outubro. Posteriormente, serão revelados os ganhadores dos prêmios de Literatura em 05 de outubro e Paz em 06 de outubro. Na semana seguinte, em 9 de outubro, será a vez do Prêmio Nobel de Economia.
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A entrega dos prêmios acontecerá em 10 de dezembro, coincidindo com a data de falecimento de Alfred Nobel.
Quanto ao funcionamento das vacinas de RNA, essas inovações se baseiam na utilização de uma molécula chamada RNA, que contém as instruções para produzir determinadas proteínas, de forma semelhante a uma receita de culinária. O método que rendeu o Prêmio Nobel permitiu que essa molécula instruísse as células a fabricar a proteína S, que está presente na superfície do coronavírus.
Dessa forma, o sistema imunológico do organismo entrava em contato com essa proteína e aprendia a combatê-la, ficando preparado para enfrentar o vírus quando fosse exposto a ele.
É importante ressaltar que essas vacinas de RNA são extremamente sensíveis, pois a molécula de RNA pode se desintegrar facilmente. Portanto, as doses precisam ser armazenadas em temperaturas muito baixas, como no caso da vacina da Pfizer, que requer -70ºC, muito abaixo do que os refrigeradores comuns podem atingir.
Inicialmente, havia preocupações sobre como essa característica afetaria a distribuição das vacinas, uma vez que seria necessário um sistema de ultrarrefrigeração para o armazenamento. No entanto, esses desafios foram superados ao longo do tempo.
Atualmente, os cientistas adquiriram mais experiência na aplicação dessa técnica e estão explorando seu potencial contra outras doenças, como o câncer.