A morte de um menino, de apenas 2 anos, nos Estados Unidos, ganhou repercussão internacional. Isso porque o garotinho, que morreu na quarta-feira, 19, foi vítima de uma ameba que ataca o cérebro. Woodrow Bundy estava nadando em um rio com sua família quando foi infectado pelo microrganismo, que é conhecido pela letalidade. Estima-se a morte em 97% dos casos de infecção.
A criança foi contaminada pela Naegleria fowleri, a principal responsável pela meningoencefalite amebiana primária. Trata-se de uma inflamação que ataca o cérebro e progride rapidamente. Os sintomas incluem dores intensas, rigidez do pescoço, vômitos e, por fim, em óbito.
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Essa ameba, chamada de “comedora de cérebro”, é encontrada em águas quentes e está presente em todo o mundo. Nos Estados Unidos, especialmente nos estados do sul, onde o menino vivia, é comum encontrá-la em águas doces durante o verão. Ela pode se desenvolver mesmo em aquecedores de água, sobrevivendo em temperaturas entre 40ºC e 46ºC. Porém, ela não sobrevive em água salgada.
Entretanto, é importante ressaltar que, apesar de agressiva e mortal, a infecção é rara. Até 2006, apenas cerca de 200 casos haviam sido registrados em todo o mundo, de acordo com uma revisão realizada por pesquisadores da Universidade Católica do Chile.
“Ele era meu herói”, diz mãe do menino
A mãe do garoto, Briana Bundy, se pronunciou nas redes sociais. “Meu filho lutou por sete dias. A maioria das pessoas com esta doença não dura três. Ele era meu herói e a criança mais forte do mundo”, afirmou ela, em um post no Facebook. Briana tem cinco filhas e Woodrow era seu primeiro menino.
No caso de Woodrow Bundy, a família interpretou os primeiros sintomas como um resfriado, de acordo com o relatado ao Mirror.
Essa ameba geralmente entra no corpo de crianças que inalam água contaminada e morna, alojando-se no cérebro, causando inflamação e destruindo o tecido nervoso. Ainda não se sabe o motivo pelo qual a infecção é mais comum em menores de 14 anos.
Tratamento da ameba comedora de cérebro
O tratamento é complexo, uma vez que a infecção evolui rapidamente, levando à morte em até 10 dias. Os primeiros sintomas geralmente envolvem mudanças no olfato e paladar. Posteriormente, os infectados começam a apresentar os sintomas clássicos de uma meningite: rigidez do pescoço, sensibilidade à luz, confusão e náuseas.
Além disso, a luta para combater a doença consiste em uma combinação de medicamentos, geralmente antifúngicos e potentes antibióticos usados no combate à Leishmaniose, que tentam deter o avanço no cérebro. Porém, em geral, a pessoa acaba falecendo antes que os medicamentos possam fazer efeito.
Foto da capa: Reprodução/Facebook/briana.bundy.3