A cantora Anitta revelou que se submeteu a um tratamento chamado Ozonioterapia, nos Estados Unidos. O objetivo, explicou ela, era melhorar seu condicionamento físico, já que se preparava para escalar o Monte Everest. No Brasil, a Ozonioterapia vem ganhando cada vez mais espaço, já é regulamentada pelo Conselho Federal de Odontologia, por exemplo, e caminha para ser reconhecida também pelo Conselho Federal de Medicina. Outro destaque, levando em consideração a saúde e a beleza, são os dermocosméticos à base de Óleos Ozonizados, um sucesso no mercado nacional.
Para falar sobre todos esses assuntos, Fernando Beteti, entrevistou em seu canal no YouTube a Dra. Leticia Philippi. Além de uma das principais autoridades no assunto no Brasil, ela é CEO da Philozon, uma empresa pioneira no desenvolvimento de soluções para a saúde com a utilização do Ozônio em suas mais diferentes formas.
Confira abaixo entrevista sobre Ozonioterapia
Fernando Beteti: A Ozonioterapia ganhou ainda mais destaque na mídia recentemente, após a cantora Anitta revelar que recorreu a este tratamento nos Estados Unidos. Explique um pouco sobre a Ozonioterapia.
Dra. Leticia Philippi: A Anitta é muito famosa e ela comentou em uma live que ela estava fazendo Ozonioterapia. E ela até falou uma coisa importante. Ela falou que esse tratamento vinha ajudando muito. Em seguida, eu vi algumas pessoas comentando: ‘ah, esse tratamento ainda não é regulamentado no Brasil’. Entre aspas, né, porque o tratamento já é regulamentado pelos cirurgiões dentistas. Além disso, a partir de 2018 ele foi considerado uma prática integrativa e complementar no SUS (Sistema Único de Saúde) e todos os outros conselhos de saúde regulamentam. […] Ele ainda não está regulamentado perante o Conselho Federal de Medicina (CFM), mas eu acredito que é uma questão de tempo, porque, cada vez mais evidências científicas estão saindo.
Portanto, o que acontece é que, muitas vezes, há uma confusão. Eu vi uma publicação de um médico falando que é uma terapia alternativa. E, muitas vezes, o objetivo não é substituir, não é ser alternativa. E sim, ser complementar, que são conceitos bem diferentes.
Quando eu estou falando de complementar, eu estou falando que com auxílio da Ozonioterapia, inclusive, os outros tratamentos vão funcionar melhor. Esse é um aspecto que tem que ser considerado e que as pessoas, muitas vezes, esquecem. Porque quanto mais você der condições ao seu organismo, melhor seu organismo vai responder aos tratamentos convencionais e vai ativar mecanismos de autocura, entre outros.
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A gente precisa desmistificar essa questão: ‘ah, é alternativa’. Não! Eu estou dando condições para o meu organismo. Assim como uma boa alimentação impacta na nossa saúde, assim como o exercício físico impacta de forma positiva na nossa saúde ou de forma negativa, se a gente fizer de forma errada ou excessiva. O Ozônio é um aliado terapêutico. Ele vai auxiliar quando bem utilizado, dentro das vias corretas, dentro da dose correta. Por isso os profissionais precisam estudar e utilizar da melhor forma possível.
Fernando Beteti: Na maioria dos países do primeiro mundo a Ozonioterapia já está completamente liberada, doutora?
Dra. Leticia Philippi: A gente tem legislações diferentes em diferentes países. Nos Estados Unidos, a gente tem uma utilização, a gente tem uma Sociedade Americana de Ozonioterapia, que reúne diversos profissionais que a utilizam. Nos Estados unidos existe uma categoria diferente de profissionais, que são os natural doctors. Ou seja, são profissionais considerados naturais que utilizam técnicas não só farmacológica, mas também osteopatia, suplementos, etc. E utilizam também o Ozônio como um recurso. Ele está regulamentado em grande parte dos estados americanos. É uma terapia que está crescendo no mundo todo.
Fernando Beteti: Quanto aos óleos ozonizados, o que eles são e quais os benefícios que promovem?
Dra. Leticia Philippi: O gás Ozônio que nós utilizamos para a Ozonioterapia é uma forma que a gente utiliza em várias vias de aplicação. Então, a gente precisa ter um gerador de Ozônio, porque ele é um gás que não tem um tempo de meia vida muito longo, então a gente precisa gerar ele no momento do uso. Os profissionais precisam ter um gerador de Ozônio. A gente pode usar o Ozônio na forma de água ozonizada, mas é diferente daquela água que a gente tem no filtro, em casa. Você produz uma água ozonizada para uso clínico, essa é uma outra forma de utilizar o ozônio. Na Odontologia, a água ozonizada é muito utilizada como um recurso terapêutico complementar, nas cirurgias, na limpeza e etc.
Só que tanto a água, quanto o gás, têm essa questão de um tempo de meia vida muito curto. O que é um tempo de meia vida? O Ozônio volta a ser Oxigênio naturalmente. Além disso, quanto maior a temperatura, mais rápido o Ozônio volta a ser oxigênio.
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Então como o óleo dura dois anos? O que acontece é que o óleo é uma terceira forma de utilização dos benefícios do Ozônio. Porém, quando a gente tem o óleo ozonizado, a gente já não tem mais o gás Ozônio na sua forma pura. A gente tem subprodutos da reação do Ozônio com o óleo e aí a gente tem lá o que a gente chama, genericamente, de ozonídeos, que são esses produtos que se formam do óleo com o Ozônio que tem os efeitos benéficos na pele. Sendo assim, temos efeitos antimicrobianos, efeitos cicatrizante e etc. Ou seja, não temos mais o Ozônio em si e sim os ozonídeos ativos produzidos a partir desse processo de ozonização. São eles os responsáveis pelos efeitos no nosso organismo.