Uma pesquisa recente revelou que um indicativo precoce da doença de Alzheimer pode ser identificado através da observação do padrão de locomoção de uma pessoa. De acordo com um grupo de cientistas da University College London, ter dificuldades para virar e mudar de direção durante a caminhada pode apontar para a presença da condição em suas fases iniciais.
Nesse estudo, que foi publicado na revista Current Biology, a equipe comparou 31 jovens saudáveis a 36 idosos também saudáveis e a 43 pacientes com comprometimento cognitivo leve. Todos os três grupos de participantes receberam uma tarefa a ser realizada com o auxílio de óculos de realidade virtual, que lhes permitiu executar movimentos reais.
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo WhatsApp
- Receba os conteúdos de Fernando Beteti pelo Telegram
- Leia mais notícias no portal de Fernando Beteti
Eles foram conduzidos por um trajeto demarcado por cones numerados, o qual incluía dois segmentos retos conectados por uma curva. Posteriormente, os participantes tiveram que retornar à posição inicial apenas com base em sua memória. Os pesquisadores acompanharam esses grupos enquanto realizavam essa tarefa em três condições distintas.
O que os resultados do estudo demonstraram é que os indivíduos com Alzheimer precoce frequentemente superestimavam as curvas do percurso e exibiam uma maior variabilidade em sua orientação.
Dra. Andrea Castegnaro, a autora do estudo, explicou: “Nossa contribuição reside na identificação de aspectos específicos da navegação afetados pela doença de Alzheimer.” Ela acrescentou: “Em particular, descobrimos que os indivíduos com Alzheimer precoce consistentemente superestimavam as curvas em uma determinada rota e mostravam uma maior variação em sua orientação.”
O achado mais relevante é que, ao incluir idosos saudáveis no estudo, também se constatou que esses aspectos específicos não são uma característica do envelhecimento normal, mas parecem ser distintivos da doença de Alzheimer.
É importante mencionar, no entanto, que essas são descobertas preliminares e o grupo de pesquisa está trabalhando na confirmação desses resultados.
Dentro do estudo, o grupo de pessoas com comprometimento cognitivo leve foi subdividido em três categorias:
- 14 pessoas com Alzheimer
- 11 pessoas sem Alzheimer
- 18 pessoas que recusaram um procedimento para determinar se tinham Alzheimer.
Sintomas do Alzheimer
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência. É uma doença progressiva, agravando-se com o passar do tempo. Infelizmente não existe cura, apesar de existirem tratamentos que podem reduzir a velocidade de progressão da doença.
É muito difícil diagnosticar o Alzheimer no início do quadro, pois muitos dos sintomas se assemelham com manifestações de outras doenças.
Nenhum caso de Alzheimer é igual ao outro, pois pessoas diferentes reagem de maneiras diferentes à doença. Contudo, geralmente existem três estágios da doença: leve, moderado e severo.
No estágio leve, alguns sintomas são: confusão, dificuldade de memória e esquecimento, mudanças de humor e problemas na fala. Esses sintomas são resultado de uma perda gradual da função cerebral. A primeira parte do cérebro que começa a deteriorar é frequentemente a que controla a memória e a fala.
À medida que a doença progride para o estágio moderado, também pode causar: alucinações, comportamento obsessivo ou repetitivo, sono conturbado, incontinência e muitas vezes a pessoa com Alzheimer pode passar a acreditar que fez ou presenciou coisas que na verdade nunca aconteceram.
A pessoa portadora da doença pode ter dificuldades em lembrar-se de coisas que aconteceram há muito pouco tempo. Problemas com a linguagem e com a fala também podem se desenvolver neste estágio. Isto faz com que o paciente se sinta muito frustrado e deprimido, desenvolvendo grandes oscilações de humor.
Uma pessoa com a doença de Alzheimer que progrediu para o estágio severo fica muito desorientada e demonstra sinais de muita confusão mental. Neste estágio as alucinações são mais frequentes e intensas.
As pessoas com a doença podem pensar que estão sentindo cheiros, escutar ou ver coisas que não existem ou acreditar que alguém lhe roubou ou lhe atacou quando na verdade nada aconteceu. Isto pode ser muito estressante para amigos e familiares, assim como para a pessoa com Alzheimer.
As alucinações costumam serem piores à noite, e a pessoa com a doença pode ficar agressiva ou muito desconfiada das pessoas que a cercam. Neste estágio, surgem outros sintomas como: dificuldade de deglutição, dificuldade de movimentação, perda de apetite e de peso, maior chance de desenvolver infecções e perda completa da memória. É neste estágio que a maior parte das pessoas com Alzheimer vai necessitar de cuidados em tempo integral.
Com informações Catraca Livre e Biblioteca Virtual em Saúde