Em um caso surpreendente e comovente, uma mãe chinesa levou sua filha de um ano para um check-up completo após perceber um atraso no desenvolvimento motor e de fala da criança. A consulta revelou algo inimaginável: um feto, que seria o irmão gêmeo da menina, estava alojado dentro de seu crânio. Tratava-se, portanto, de um “gêmeo parasita”
A descoberta foi documentada no dia 21 de junho no American Journal of Case Reports. A condição, conhecida como fetus in fetu (FIF), ou gêmeo parasita, é extremamente rara. O feto encontrado tinha cerca de 18 centímetros e apresentava desenvolvimento parcial, incluindo braços, cabelo e olhos.
O fetus in fetu ocorre quando um embrião ou feto é incorporado ao corpo do irmão gêmeo, semelhante aos gêmeos siameses, mas com uma fusão que resulta na completa assimilação de um corpo pelo outro. Essa anomalia geralmente se manifesta na região abdominal da criança, sendo que apenas cerca de 20 casos são conhecidos onde o feto foi encontrado dentro do crânio.
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Os médicos suspeitavam de alguma anomalia desde a gestação, devido ao tamanho excessivo da cabeça da bebê, que indicava um possível problema. A criança nasceu de uma cesariana com 37 semanas de gestação, mas os exames iniciais não detectaram nenhum comprometimento.
Com o passar do tempo, a família começou a notar que a menina apresentava um desenvolvimento lento. “Ela só conseguia dizer a palavra ‘mãe’ e não conseguia ficar de pé. Além disso, a cabeça dela continuava a crescer”, detalha a equipe médica no relatório. A circunferência da cabeça da menina chegou a 57 centímetros, uma medida anormal até mesmo para crianças com o dobro de sua idade.
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Uma ressonância magnética revelou uma cápsula formada pelo sistema imunológico ao redor do feto, que inicialmente foi confundida com um grande tumor. Exames mais detalhados, no entanto, identificaram a presença de ossos, confirmando a existência de um feto malformado.
Menina não resistiu à retirada do ‘gêmeo parasita’
Devido à pressão que o feto exercia sobre o cérebro da menina, causando hipertensão craniana, foi necessária uma cirurgia para sua remoção. Este é o único tratamento viável para casos de fetus in fetu. Durante o procedimento, os médicos descobriram que vários tumores haviam se desenvolvido ao redor do local onde o feto estava alojado.
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Infelizmente, a menina não resistiu à cirurgia. Apesar de ter sobrevivido ao procedimento inicial, ela começou a ter convulsões incontroláveis enquanto ainda estava sob efeito da anestesia. Menos de duas semanas após a operação, a criança faleceu. Seu prognóstico de sobrevivência era desfavorável, já que intervenções desse tipo frequentemente são fatais.
Este caso raro e trágico destaca a complexidade e os desafios das condições médicas incomuns, e serve como um doloroso lembrete da fragilidade da vida.