A obesidade contribui para o câncer de várias maneiras, principalmente devido aos efeitos adversos que o excesso de gordura corporal pode ter no organismo – veja a lista completa abaixo. No entanto, se por um lado pessoas obesas e sedentárias saem em desvantagem na luta contra o câncer, por outro, ter massa muscular é um grande aliado no tratamento da doença, algo que muitas vezes é deixado de lado.
Mas, por que a massa muscular é importante contra o câncer?
São várias as razões. Primeiramente, a massa muscular está diretamente relacionada ao metabolismo basal do corpo. Quanto mais massa muscular uma pessoa tem, mais alta é a sua taxa metabólica em repouso, o que pode ajudar na manutenção de um peso saudável e na regulação dos níveis de açúcar no sangue, fatores que podem influenciar no risco de desenvolver câncer.
Além disso, a massa muscular está associada a uma melhor resposta ao tratamento do câncer. Pacientes com uma composição corporal mais robusta tendem a tolerar melhor os efeitos colaterais da quimioterapia, radioterapia e outras intervenções médicas, o que pode resultar em uma maior adesão ao tratamento e melhores resultados no combate à doença.
Outro fator importante é que a atividade física, que muitas vezes está relacionada ao ganho de massa muscular, pode fortalecer o sistema imunológico e reduzir a inflamação crônica, ambos aspectos que podem ajudar na prevenção e no combate ao câncer.
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Portanto, manter e aumentar a massa muscular através de exercícios físicos e uma dieta equilibrada pode desempenhar um papel significativo na prevenção do câncer e na melhoria da qualidade de vida durante o tratamento da doença.
Por que a obesidade é uma grande vilã?
- Inflamação Crônica: A obesidade está frequentemente associada a um estado crônico de inflamação no corpo. A inflamação crônica pode desencadear uma série de processos biológicos que favorecem o desenvolvimento e a progressão do câncer.
- Resistência à Insulina: Indivíduos obesos muitas vezes desenvolvem resistência à insulina, o que pode levar a níveis elevados de insulina e de hormônios relacionados, como o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1). Esses hormônios podem estimular o crescimento celular e aumentar o risco de câncer.
- Desregulação Hormonal: O tecido adiposo produz hormônios e citocinas que podem influenciar o ambiente hormonal do corpo. Níveis elevados de certos hormônios, como estrogênio, podem aumentar o risco de câncer de mama, útero e ovário em mulheres obesas, por exemplo.
- Alterações no Microambiente Tumoral: A obesidade pode alterar o microambiente ao redor das células cancerígenas, promovendo um ambiente favorável ao crescimento tumoral e à disseminação metastática.
- Estilo de Vida: Além dos fatores biológicos, a obesidade muitas vezes está associada a um estilo de vida pouco saudável, que pode incluir uma dieta pobre em nutrientes, falta de atividade física e tabagismo, todos os quais são fatores de risco independentes para o câncer.