Desde a década de 1960, cientistas suspeitam de uma relação entre baixos níveis de vitamina D e a esclerose múltipla. Agora, uma pesquisa publicada em 10 de março na renomada revista científica JAMA reforça essa conexão e traz evidências de que doses elevadas do nutriente podem retardar a progressão da doença autoimune.
A esclerose múltipla ocorre quando o próprio sistema imunológico ataca a bainha de mielina, a camada protetora dos neurônios. A vitamina D, por sua vez, é conhecida por sua capacidade de reduzir inflamações no sistema nervoso central e inibir células imunológicas que desencadeiam essas reações inflamatórias.
O impacto da vitamina D na progressão da esclerose múltipla
O estudo acompanhou dois grupos de pacientes: um que recebeu suplementação com vitamina D e outro que tomou placebo. Entre aqueles que receberam a vitamina, 60% desenvolveram sintomas da esclerose múltipla, com um tempo médio de 432 dias até o início dos sintomas. No grupo placebo, os resultados foram significativamente diferentes: 74% dos participantes desenvolveram a doença, e os sintomas apareceram, em média, em apenas 224 dias.
Embora os resultados sejam promissores, os pesquisadores alertam que novos estudos são necessários para entender melhor os mecanismos envolvidos e confirmar a segurança da suplementação em larga escala.
Suplementação
Atualmente, muitos pacientes com esclerose múltipla já fazem uso de suplementos de vitamina D, geralmente em doses de 5 mil unidades internacionais (UI) diárias. No estudo, foram administradas 100 mil UI, uma quantidade significativamente maior. Os especialistas apontam que o principal risco da suplementação excessiva é o acúmulo de cálcio no organismo, podendo levar a complicações graves nos rins e no coração. Portanto, os cientistas destacam que a suplementação deve ser feita com acompanhamento médico, especialmente em pacientes com doenças autoimunes, para garantir benefícios sem riscos para a saúde.