Em entrevista recente ao canal Fernando Beteti, a Dra. Andreia Mombach, que é PhD em Naturopatia e biomédica, devendou a importância da melatonina e como a sociedade moderna está ignorando os sinais biológicos fundamentais que são cruciais para a saúde. A conversa abordou como a produção natural de melatonina às 11 horas da noite desempenha um papel vital não apenas na qualidade do sono, mas também como um potente antioxidante e anti-inflamatório, essencial para fortalecer o sistema imunológico.
O que é a melatonina?
Melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo, principalmente pela glândula pineal no cérebro. Este hormônio é liberado em resposta à escuridão e ajuda a regular o ciclo de sono-vigília. Enquanto muitos conhecem a melatonina apenas como um indutor do sono, a live revelou que sua função vai muito além disso.
“A melatonina é um excelente antioxidante e anti-inflamatório,” destacou o especialista durante a live. “Se você está acordado no momento em que a natureza está produzindo melatonina para você, está perdendo seus benefícios mais importantes.”
Polêmica: a sociedade moderna está sabotando a saúde?
Um dos pontos mais polêmicos levantados durante a live foi a ideia de que o estilo de vida moderno, com seu uso incessante de aparelhos eletrônicos e a cultura de ficar acordado até tarde, está sabotando a saúde de muitas pessoas. Segundo o especialista convidado, a maioria das pessoas não respeita o ciclo natural do corpo, o que resulta em um sistema imunológico comprometido.
“Quem está dormindo às 11 horas da noite? A grande maioria das pessoas está acordada, conectada nos seus aparelhos eletrônicos. Isso é uma sabotagem à sua saúde,” afirmou Dra. Andreia Mombach. Ele acrescentou que, ao ignorar esse horário crucial de produção de melatonina, as pessoas estão abrindo mão dos efeitos curativos que poderiam estar fortalecendo seu sistema imunológico e protegendo o corpo de doenças.
Ciclo Circadiano e Epigenética: a ciência por trás da questão
O ciclo circadiano, ou o “relógio biológico”, é uma lei natural que governa os ritmos do corpo. A discussão trouxe à tona como mesmo aqueles com predisposições genéticas para serem “noturnos” não estão isentos dos efeitos prejudiciais de ignorar esse ciclo.
“Embora algumas pessoas possam ter genes que as tornem mais produtivas à noite, o ciclo circadiano e o fluxo de energia vital no corpo ainda cobrarão um preço por isso,” explicou o especialista. Ele destacou que a epigenética — o estudo de como o comportamento e o ambiente podem influenciar a expressão dos genes — oferece a possibilidade de “silenciar” esses genes noturnos e alinhar o corpo com o ciclo natural.
As consequências de ignorar o relógio biológico
A falta de sono reparador e a interrupção do ciclo circadiano não afetam apenas o bem-estar imediato, mas têm consequências de longo prazo para a saúde. Estudos já mostraram que a privação de sono e a exposição constante à luz artificial à noite podem levar a um aumento do risco de doenças crônicas, como obesidade, diabetes e até câncer.
“A sociedade moderna, ao valorizar a produtividade noturna, está inadvertidamente promovendo um estilo de vida que compromete o sistema imunológico e aumenta a vulnerabilidade a uma série de doenças,” advertiu o especialista.
Mudanças simples, mas poderosas
Apesar da polêmica, a live trouxe uma mensagem de esperança: mudanças simples no estilo de vida podem fazer uma grande diferença. Respeitar o horário natural do corpo para dormir, minimizar o uso de aparelhos eletrônicos à noite, e criar uma rotina de sono consistente são passos essenciais para melhorar a saúde geral.
“A mudança de hábitos é o primeiro passo para garantir que o corpo esteja funcionando de maneira otimizada. Não se trata apenas de dormir mais, mas de dormir na hora certa,” concluiu.