Um estudo da Universidade de Washington revelou um aumento impressionante no número de vermes encontrados em frutos do mar, conhecidos como “parasitas de sushi”. Desde a década de 1970, a presença desses parasitas, especialmente o Anisakis, aumentou 283 vezes, o que pode trazer sérias implicações para a saúde humana e dos mamíferos marinhos que se alimentam desses animais.
Os pesquisadores analisaram uma vasta quantidade de estudos que mencionam o Anisakis, com o objetivo de entender como a abundância global desse verme parasita mudou ao longo dos anos. A análise incluiu dados online sobre o Anisakis e o Pseudoterranova, também chamado de “verme de bacalhau”. Após uma triagem rigorosa, foram mantidos apenas os dados que apresentavam estimativas precisas da quantidade desses vermes em peixes em períodos específicos.
Os resultados foram alarmantes: enquanto o número de Anisakis aumentou drasticamente entre 1978 e 2015, a abundância de Pseudoterranova permaneceu estável. “Este estudo combina diversos estudos para fornecer uma visão global de como os riscos para humanos e mamíferos marinhos estão mudando ao longo do tempo”, explicou Chelsea Wood, autora do estudo.
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Esses parasitas podem ser encontrados em uma ampla gama de peixes e lulas, e representam um risco de infecção para humanos e mamíferos marinhos que consomem esses frutos do mar contaminados. Em humanos, a ingestão do parasita pode causar uma infecção conhecida como anisaquíase, cujos sintomas incluem náusea, vômito e diarreia. Embora os sintomas geralmente desapareçam após alguns dias, a infecção é frequentemente subdiagnosticada, sendo confundida com intoxicação alimentar.
Nos ecossistemas marinhos, a cadeia de contaminação ocorre quando pequenos peixes ingerem crustáceos infectados, transmitindo os vermes ao longo da cadeia alimentar para peixes maiores e, eventualmente, para mamíferos marinhos. Embora os efeitos a longo prazo desses parasitas em mamíferos marinhos ainda não sejam totalmente compreendidos, os vermes podem sobreviver em seus hospedeiros por anos, potencialmente causando danos significativos.
Apesar dessas descobertas, não é necessário evitar o consumo de frutos do mar. Chefs de cozinha são treinados para detectar e remover esses parasitas antes que os alimentos cheguem ao prato dos clientes. No entanto, é importante estar ciente dos potenciais riscos e garantir a qualidade dos produtos consumidos.
Esse estudo serve como um alerta para os crescentes desafios na segurança alimentar e na saúde marinha, sublinhando a necessidade de maior vigilância e pesquisa sobre o impacto desses parasitas em ecossistemas e na saúde pública.